Documentários

quinta-feira, 29 de julho de 2010

as pessoas deviam tomar mais ácido



É preciso estar sempre embriagado. Isso é tudo: é a única questão. Para não sentir o horrível fardo do Tempo que lhe quebra os ombros e o curva para o chão, é preciso embriagar-se sem perdão. Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, como quiser.
Mas embriague-se. E se às vezes, nos degraus de um palácio, na grama verde de um fosso, na solidão triste do seu quarto, você acorda, a embriaguez já diminuída ou desaparecida, pergunte ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, pergunte que horas são e o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio lhe responderão: "É hora de embriagar-se! Para não ser o escravo mártir do Tempo, embriague-se; embriague-se sem parar! De vinho, de poesia ou de virtude, como quiser.

texto: Charles Baudelaire

Eles tem a justiça e a polícia do seu lado para nos combater

Corpo de adolecente e atitude criminal
desde que nasceu já escuta a musica do seu funeral
morte encomendada pela camada elitizada
eles na mordomia, irmaos dormindo na calçada
nas noites de inverno passando frio no inferno
enchergando demonios e achando tudo isso belo
Já to cansado dos seus falsos argumentos
vivemos na miséria como se fossemos seus escrementos
alguns viram detentos, outros loucos ao relento
com o pensamento lento, fumando um contra o vento
tais desviando verba e fingindo ser correto
enquanto aqui nas areas ainda falta luz direto
é cada um por si, se é deus por todos eu ainda nao sei
seu discurso num é lei, nosso confronto eu nao evitarei

Texto: João Bertoni
Imagem: ?

quarta-feira, 28 de julho de 2010

fuck usa.

Desobediência: A virtude original do homem


(in The Social Soul of a Man under Socialism, 1891)



Pode-se até admitir que os pobres tenham virtudes, mas elas devem ser lamentadas. Muitas vezes ouvimos que os pobres são gratos à caridade.Alguns o são, sem dúvida, mas os melhores entre eles jamais o serão. São ingratos, descontentes, desobedientes e rebeldes - e têm razão. Consideram que a caridade é uma forma inadequada e ridícula de restituição parcial, uma esmola, geralmente acompanhada de uma tentativa impertinente, por parte do doador, de tiranizar a vida de quem a recebe. Por que deveriam sentir gratidão pelas migalhas que caem da mesa dos ricos? Eles deveriam estar sentados nela e agora começam a percebê-lo. Quanto ao descontentamento, qualquer homem que não se sentisse descontente com o péssimo ambiente e o baixo nível de vida que lhe são reservados seria realmente muito estúpido.


Qualquer pessoa que tenha lido a história da humanidade aprendeu que a desobediência é a virtude original do homem. O progresso é uma conseqüência da desobediência e da rebelião. Muitas vezes elogiamos os pobres por serem econômicos. Mas recomendar aos pobres que poupem é algo grotesco e insultante. Seria como aconselhar um homem que está morrendo de fome a comer menos; um trabalhador urbano ou rural que poupasse seria totalmente imoral. Nenhum homem deveria estar sempre pronto a mostrar que consegue viver como um animal mal alimentado. Deveria recusar-se a viver assim, roubar ou fazer greve - o que para muitos é uma forma de roubo.

Quanto à mendicância, é muito mais seguro mendigar do que roubar, mas é melhor roubar do que mendigar. Não! Um pobre que é ingrato, descontente, rebelde e que se recusa a poupar terá, provavelmente, uma verdadeira personalidade e uma grande riqueza interior. De qualquer forma, ele representará uma saudável forma de protesto. Quanto aos pobres virtuosos, devemos ter pena deles, mas jamais admirá-los.

Eles entraram num acordo particular com o inimigo e venderam os seus direitos por um preço muito baixo. Devem ser também extraordinariamente estúpidos. Posso entender um homem que aceita as leis que protegem a propriedade privada e admita que ela seja acumulada enquanto for capaz de realizar alguma forma de atividade intelectual sob tais condições. Mas não consigo entender como alguém que tem uma vida medonha graças a essas leis possa ainda concordar com a sua continuidade.

Entretanto, a explicação não é difícil, pelo contrário. A miséria e a pobreza são de tais modos degradantes e exercem um efeito tão paralisante sobre a natureza humana que nenhuma classe consegue realmente ter consciência do seu próprio sofrimento. É preciso que outras pessoas venham apontá-lo e mesmo assim muitas vezes não acreditam nelas. O que os patrões dizem sobre os agitadores é totalmente verdadeiro. Os agitadores são um bando de pessoas intrometidas que se infiltram num determinado segmento da comunidade totalmente satisfeito com a situação em que vivem e semeiam o descontentamento nele. É por isso que os agitadores são necessários. Sem eles, em nosso estado imperfeito, a civilização não avançaria. A abolição da escravatura na América não foi uma conseqüência da ação direta dos escravos nem uma expressão do seu desejo de liberdade. A escravidão foi abolida graças à conduta totalmente ilegal de agitadores vindos de Boston e de outros lugares, que não eram escravos, não tinham escravos nem qualquer relação direta com o problema. Foram eles, sem dúvida, que começaram tudo. É curioso lembrar que dos próprios escravos eles recebiam pouquíssima ajuda material e quase nenhuma solidariedade. E quando a guerra terminou e os escravos descobriram que estavam livres, tão livres que podiam até morrer de fome livremente, muitos lamentaram amargamente a nova situação. Para o pensador, o fato mais trágico da revolução francesa não foi o de que Maria Antonieta tenha sido morta por ser rainha, mas que os camponeses famintos da Vendée tivessem concordado em morrer defendendo a causa do feudalismo.

Oscar Wilde

terça-feira, 27 de julho de 2010

you got a bullet in your head


No café-da-manhã, minhas certezas servem-se de dúvidas. Nesses dias, dias sem sol, noites sem lua, nenhum lugar é o meu lugar e não consigo me reconhecer em nada, em ninguém. As palavras não se parecem àquilo que dão nome, e não se parecem nem mesmo ao seu próprio som. Então não estou onde estou. Deixo meu corpo e saio, para longe, para lugar nenhum, e não quero estar com ninguém, nem mesmo comigo, e não tenho, nem quero ter, nome algum: então perco a vontade de me chamar ou de ser chamado.

Eduardo Galeano

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Direito ao aborto


O corpo é meu: se a morte é considerada há algumas décadas como cerebral, se estar morto é não haver atividade cerebral, quem disse que um feto de algumas semanas ou mesmo meses tem atividade cerebral significativa, "humana": o contrário esconde o controle de uma forma submissa de corpo, aquele que normalmente se chama mulher ou feminino: ele pertence a todos e a tudo, menos a quem é ele: corpo regulado para reproduzir, não para ser: e mesmo independente de vida ou morte cerebral, o direito é desse corpo, dessa vida, dessa escolha e de mais nada: eu escolho: o estado e os outros não podem garantir a vida como se fosse um direito sagrado quando na verdade estão garantindo a reprodução dos trabalhadores e dos serviçais.






Texto: Alberto Lins Caldas
Imagens: Todd McFarlane (no clipe "Do The Evolution" do Pearl Jam)

quem se diz normal é louco

Há na maioria dos nossos contemporâneos uma crença bastante enraizada segundo a qual tudo o que a maioria das pessoas pensa, sente, acredita ou faz deve ser considerado normal e servir de guia para o comportamento de todas as outras pessoas.

Fatos e descobertas recentes sobre as origens do sofrimento e das doenças e também sobre as guerras, a violência e a destruição ecológica questionam seriamente a usualidade de certas "normas" ditadas pela sociedade e seus consensos.

Muitas normas sociais, atuais ou passadas, levam ou levaram a sofrimento - moral ou físico - indivíduos, grupos, coletividades inteiras e até mesmo espécies vivas.

Resolvemos adotar o termo de "Normose", para designar esta forma de comportamento visto como normal mas que na realidade é anormal. O termo foi forjado na França por Jea Yves Leloup.

A Normose é o conjunto de normas, conceitos, valores, estereótipos, hábitos de pensar ou de agir aprovados por um consenso ou pela maioria de uma determinada população e que levam a sofrimentos, doenças ou mortes, em outras palavras, que são patogênicas ou letais, e são executados sem que suas vítimas tenham consciência desta natureza patológica, isto é, são de natureza inconsciente.


Desenho: Bruno César - o BC

domingo, 25 de julho de 2010

É fantástico!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Evolua




Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta.


Video: BLU
Texto: Albert Einstein 



smack my bitch up

sábado, 17 de julho de 2010

Minha moeda verde é diferente da sua



Na ilha da Figueira há um Leão que ruge alto
trocamos nossas matas por quilometros de asfalto
Nos ilumina lá do alto, observando o assalto
o senhor que tudo vê é espantado pelo fato
De já nem nos lembrarmos do porque que existimos
animais e plantas, perseguimos e extinguimos
O que restará pros filhos, qual é nosso destino?
É cada vez mais raro não se perder no caminho.


Imagem: Mais uma vez, http://floripaselvagem.tumblr.com/
Texto: João Bertoni

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Quedas, declínios e essas coisas caóticas.

"Talvez a miséria tenha chegado. Não se pode viver da própria alma. Não se pode pagar o aluguel com a alma. Experimente fazer isso um dia. É o início do Declínio e a Queda do Ocidente, como Splenger dizia. Todo mundo é tão ganancioso e decadente, a decomposição realmente começou. Eles matam gente aos milhões nas guerras e dão medalhas por isso. Metade das pessoas deste mundo vai morrer de fome enquanto a gente fica por aí sentado vendo TV."


Imagem insanamente capturada: Floripa Selvagem
Texto genialmente executado: Bukowski

quarta-feira, 14 de julho de 2010

ganjo galeano

Entrevistar Eduardo Galeano era um sonho antigo, já que seus livros foram determinantes para a criação do Fazendo Media.Galeano, pra mim, é um ícone. Quando dizem que as ideologias morreram, lá está o Eduardo firme em suas convicções. Quando dizem que tentar mudar o mundo é coisa de adolescente, lá está o Eduardo, aos 65 anos, mostrando que é possível - e necessário - lutar por um mundo melhor. "A parte mais negativa desses últimos anos é uma certa tendência em aceitar como inevitável a pior das heranças coloniais, que é a cultura da impotência", diz Eduardo, lembrando o tamanho do desafio que temos pela frente. (Marcelo Salles)

Marcelo Salles - Em seu livro "De pernas para o ar" você dedica um capítulo inteiro aos meios de comunicação de massa. Queria ouvir a sua avaliação dos meios de comunicação de massa dentro do sistema de poder vigente e como contribuem para transmitir essa cultura de impotência.

Sim, a transmitir uma cultura da impotência que tem em uma de suas bases dessa cultura de perpetuação, dessa idéia de que você tem direito a existir enquanto você aceite que sua existência será uma obediência. Se você pretende existir com um projeto, a situação fica mais difícil. Então, os meios de comunicação a serviço dessa visão conformista da história, do mundo, da vida, estão agora mais concentrados do que nunca. Os espaços da imprensa independente, da expressão independente, têm se reduzido muito. Com uma exceção, que eu acho muito importante, que é a internet. A internet realmente abriu espaços de enorme difusão a vozes que agora encontram possibilidades de difusão incríveis. E isso é uma boa notícia que a realidade deu contra todos os prognósticos, pois a internet nasceu como uma operação militar do Pentágono para planificar as suas operações. Ou seja, foi uma coisa nascida da morte, do extermínio do outro, pois a guerra é isso. E depois virou um espaço que contém um pouco de tudo, que não é uma coisa só, mas que inclui muitas expressões, da afirmação da boa energia da vida, da energia multiplicadora do melhor da vida, a liberdade, a vontade de justiça.


Marcelo Salles - Você acabou de falar da internet, inicialmente usada pelo Pentágono e depois subvertida. Recentemente em Paris as periferias se levantaram e usaram a gasolina para acender os coquetéis molotov, ou seja, usando o mesmo combustível do sistema. Queria saber se você acredita que o sistema tem esse caráter autofágico e se isso poderia ser mais explorado.

Não sei. Acho que as contradições do sistema capitalista são reais e não produto de uma mente assim doente, febril, de nenhum terrorista conspirador, inimigo da humanidade. Essas contradições têm como conseqüência uma marginalização social crescente. E essa marginalização vai continuar produzindo acontecimentos, que às vezes são controláveis, outras nem tanto, e que podem gerar alternativa. Vamos ver o que acontece, pois ninguém sabe. Esses movimentos, como esses do banlieu, de Paris, que segundo um amigo meu, não sei se é verdade, ban vem de banir, que significa castigar, proibir, expulsar, jogar fora. E lieu significa lugar. Lugar de expulsão, lugar de castigo. A idéia é muito interessante, porque é exatamente isso que está acontecendo. Mas por enquanto são explosões de puro desespero e não tem nenhuma perspectiva de futuro. Tanto é de desespero que muitos dos carros queimados são carros dos próprios queimadores. São filhos queimando o carro do pai que é um operário pobre, que conseguiu comprar um carro pobre, que está sendo queimado pelos seus. É uma agressão contra um sistema segregacionista, humilhante, mas também tem muito de algo auto-destrutivo, suicida, como acontece nos movimentos que são de puro desespero. A esperança que a gente tem é que isso possa, depois, desembocar em outras coisas, como muitas vezes acontece na América Latina, que começa com uma raiva que explode cegamente e depois encontra caminhos para converter em algo bastante melhor. Quer dizer, abrindo perspectivas. Se não fica só como uma testemunha de que essa é uma situação insuportável e que até agora o sistema vinha dissimulando a insuportabilidade da situação. E essa reação tão expressiva, tão curiosa, foi uma reação contra o desprezo cotidiano, multiplicada hoje porque as pessoas que têm alguma coisa a ver com o mundo árabe são os novos demônios, terroristas. E o mundo do bem necessita ter demônios para se justificar. Esse mundo gasta hoje 2 mil e 300 milhões de dólares por dia com a guerra! US$ 2.3 mil milhões por dia na fabricação da morte, na indústria da morte! É até difícil imaginar como é possível. Bom, pra que isso seja possível, que é um escândalo, você precisa ter demônios, é a luta contra o mal. Enquanto isso você tem tanta criancinha morrendo de fome, morrendo de doenças curáveis. É um escândalo! Esse mundo é escandalosamente injusto! Mas aí você precisa de demônios.


Marcelo Salles - Por exemplo?

Hugo Chávez é um demônio. Por quê? Porque alfabetizou 2 milhões de venezuelanos, que não sabiam ler e escrever, mas vivem num país que tem a riqueza natural mais importante do mundo que é o petróleo. Eu morei nesse país alguns anos e conheci muito bem o que era. Chamam de "A Venezuela Saudi" por causa do petróleo. Tinham 2 milhões de crianças que não podiam ir às escolas porque não tinham documentos. Aí chega um governo, esse governo diabólico, demoníaco, que faz coisas elementares, como dizer "As crianças devem ser aceitas nas escolas com ou sem documentos". Aí se cai o mundo: isso é a prova de que Chávez é um malvado-malvadíssimo. Já que tem essa riqueza, e graças à guerra do Iraque o petróleo tem cotações muito altas, ele quer aproveitar isso com fins solidários. Ele quer ajudar os outros países sul-americanos, principalmente Cuba. Cuba manda médicos, ele paga com petróleo. Mas esses médicos também foram outra fonte de escândalos. Estão dizendo que os médicos venezuelanos estavam furiosos pela presença desses intrusos trabalhando nesses bairros pobres. Na época em que eu morava lá como correspondente da Prensa Latina, nunca vi um médico. Agora sim há médicos. A presença dos médicos cubanos é outra evidência de que Chávez está na Terra de visita, porque ele pertence ao inferno. Então, quando se lê as notícias, tem que traduzir tudo. A demonização tem essa origem, para justificar a diabólica máquina da morte.


Marcelo Salles - Como está a questão da água no mundo?


No dia em que a Frente Ampla ganhou as eleições no Uruguai, final de outubro de 2004, foi realizado o Plebiscito das Águas. Foi o primeiro e último na história universal. Primeira e única vez - não foi contagioso, infelizmente - que o povo foi consultado para ver o que fazer com a água, pois agora temos que recuperar aquela concepção islâmica de que a água é sagrada. Todo mundo fala, e é verdade, que a água será o petróleo de amanhã. Então, os países que têm água são obrigados a defender a água que têm e também a democratizá-la no uso que se faz dela. Então se fez esse plebiscito para saber se a água seria um direito de todos ou se seria um privilégio de empresas privadas. Cerca de 65% votaram pela água como propriedade pública, coletiva. O Uruguai foi o único país que fez um plebiscito. E a Bolívia havia conseguido o milagre da desprivatização da água, com uma série de insurreições coletivas. Lá a privatização chegou a níveis surrealistas. Não se pode acreditar. Em Cochabanba havia sido privatizada a chuva. As águas da chuva não podiam ser armazenadas. Os camponeses não podiam recolher as águas da chuva sem pagar às empresas concessionárias. É a empresa preferida de Bush no Iraque, que depois foi recompensada no Iraque, como é o nome mesmo?



Marcelo Salles - Bechtel.


Bechtel. E depois, em La Paz, houve um processo parecido: a empresa Suez-Lyonnaise, que é francesa, não conseguia explicar porque a parte mais alta da cidade, que é a parte mais pobre, tinha que pagar a maior fatura, que era cinco ou seis vezes maior do que quando a água era nacional. Subitamente o preço da água dispara e chamaram os especialistas franceses junto com o governo boliviano para estudar o assunto, para saber qual a explicação para este fenômeno sobrenatural: o pessoal não paga. Resposta francesa: "os bolivianos não têm hábito de higiene". Logo os franceses que descobriram a ducha faz quinze minutos. Não se pode acreditar nisso seriamente. Aí o Uruguai dá uma reposta diferente, tentamos dar. Recolher assinaturas da população para chamar o plebiscito e a opção pela noção pública da água triunfa. Mas não teve a menor repercussão mundial. Você fez uma pergunta ligada à mídia, eu queria falar disso depois esqueci. É um caso típico, pois é uma questão fundamental, que acontece num país que não é fundamental, que é um país marginal, pequeno, de quem ninguém fala jamais, não tem a menor repercussão, não existe. Eu fui lewinkisado. Tomava café da manhã com Mônica Lewinsky, almoçava com Mônica Lewinsky, jantava com Mônica Lewinsky. Aquela lingüista da Casa Branca virou a estrela da mídia mundial. E o Plebiscito da Água, que é uma coisa fundamental na vida de todo mundo, ninguém sabe que isso aconteceu. Isso é um bom retrato da mídia. Não teve nenhuma possibilidade de contágio porque não houve nenhuma repercussão. Não se trata de alguma mente malvada que escolhe o que vai divulgar, mas o fato é que a informação privilegiada é a que vem dos países dominantes, e as que dizem respeito aos países dominantes também. E o que acontece nas áreas marginais, no Uruguai por exemplo, é que não existem, somos invisíveis.


Marcelo Salles- Recentemente a Assembléia Geral da ONU votou contra o embargo econômico a Cuba, mas o embargo continua.


Sim, porque a Assembléia Geral faz recomendações, não tem sentido prático. São apenas soluções simbólicas, porque não são resoluções, são recomendações ao poder exercido por um grupinho de países, que são, como se dizia antes, o grande escândalo do mundo. Agora as Nações Unidas estão abençoando a guerra do Iraque, pois estão promovendo os processos eleitorais, e a nova Constituição, sob o patrocínio das Nações Unidas, quando todo mundo sabe que um país ocupado por potências estrangeiras não pode ter eleições livres. Para mim está claríssimo que o mundo hoje não é democrático, está sendo dirigido por alguns organismos internacionais e são estes que decidem. Há um supergoverno que governa os governos. Por exemplo: o Banco Mundial decidiu que em 16 países a água deve ser propriedade privada de empresas. Esses 16 países foram obrigados a aceitar a privatização da água. O FMI decide o ritmo das chuvas, a intensidade do amor dos amantes. Quantos países dirigem o FMI? Cinco, e dentro destes, sobretudo um. O Banco Mundial é mais democrático: são oito países. Por isso o nome "Mundial". Quem decide as coisas dentro das Nações Unidas? Na Assembléia Geral estão todos, mas estes só formulam recomendações, quem toma decisões é o Conselho de Segurança onde cinco países têm direito a veto. Esses cinco países que prezam pela paz no mundo são os cinco principais produtores de armas. Ou seja: os que lucram com a tragédia humana são os anjos guardiões da paz mundial. Enquanto o mundo não for capaz de mudar essa estrutura de poder não será democrático. E tampouco haverá paz, pois se as guerras necessitam de armas, as armas também necessitam de guerras.



http://www.fazendomedia.com/entrevistas.htm 

Sargento Soares batendo de frente com Major Newton Cheirador



Se ele falou isso tudo para atender seus próprios interesses, nunca saberemos.
De qualquer forma, o Movimento Menace dá e sempre dará total apoio a qualquer movimento social sério.

"Unless we' shootin', no one notices the youth....
Me against the world."
2pac

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Mapa do Brasil

Como eu já disse, aqui desse lado a gente não desiste
E sempre agride, quem tenta nos limitar, nos manter tristes
A gente insiste e persiste, expressa o dom no Beat
Nas favelas se difere o concreto e maderite
Governo de elite que protege os poderosos
Explorador maldito de nossas almas e ossos
Tantos são seus ódios
Sempre preocupados com suas glórias e pódios
Nós nunca sóbrios
Fazendo um som contestador todos os versos são notórios
Nossas idéias são as armas
Os argumentos constituem nossa vitória nas batalhas
Poesia urbana educando pessoas sábias
Muito mais preparadas pra não cair nas suas lábias
São ratos políticos, fodam-se meus críticos
Vocês no topo estão com medo e os efeitos já são nítidos
Os meus poderes místicos, superam os seus cívicos
Seu castelo irá cair devido a meus ataques líricos.
Texto: João Bertoni
Imagem:
http://pierrebarth.wordpress.com/



sábado, 10 de julho de 2010


Eu quase que nada sei, mas desconfio de muita coisa. - João Guimarães Rosa, Grande Sertão Veredas.

obra de arte: Max Ernst

terça-feira, 6 de julho de 2010

let the mother fucker burn


The urge to destroy is also a creative urge.
Pablo Picasso

foto: carro queimando em Toronto, nas manifestações anti g20, no final de junho.Quase 600 pessoas foram detidas.

Goverment Is a Murderer

"Os governos são conduzidos por pessoas insanas com objetivos insanos"
John Lennon

domingo, 4 de julho de 2010

não compre, plante.


"Desconfiai do mais trivial,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito
como coisa natural.
Pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural.
Nada deve parecer impossível de mudar."

texto: Bertol Brecht
imagem: Banksy

Impunidade

"A impunidade é a matriz e a geratriz de novos e insensatos acontecimentos e o desmoronamento do que ainda resta de bom na alma humana." 
Leon Frejda Szklarowsky






"O esquecimento é o adubo que nutre a impunidade." 
Wesley E. Hayas






"O sistema de impunidade é também o promotor dos crimes." 
Marquês de Maricá

sexta-feira, 2 de julho de 2010

BUEMBA NO LATÃO.

Ontem, quinta feira primeiro de julho de 2010. A população que segue indignada com a qualidade do transporte de floripa que se diz público, ocuparam o terminal do ticen após atrasados de 20 minutos de dois ônibus da empresa Tran$ol. Homens, mulheres, crianças, velhos e hippies não permitiram a passagem de latas de sardinhas para transporte humano, em corridas por dinheiro, para seus queridos empresários. Por volta das 18:00 as 19: 00hs nenhum ônibus saiu da pista onde as pessoas o esperavam. A polícia (força estatal que legitima o uso da violência, "coerção") sempre acionada quando não interessa ao Estado, ficou só olhando enquanto o povo xingava a Dario(seu otario bota a cara) e seus coleguinhas. Após um reboliço foram liberados ônibus onde usuários não pagaram, pelo transporte.

ÔNIBUS LENTO E CARO. EXIGA SEUS DIREITOS. NÃO FAÇA PIQUETES. VANDALIZE. TRANSPORTE INDIGNO DE MERDA.

opa: falando em incoerência de políticas publicas, foi aprovado uma lei (aqui na ilha mais oligárquica do mundo, onde mais?) onde artistas de ruas ficam inviabilizados de utilizarem espaços públicos - sinais de transito, porém panfletagem política, de condomínios de luxo, supermercados entre outros, conseguem a utilização do espaço PUBLICO PORRA.
os governantes não estão com o conceito de povo e público bem definido.

É SERIO ISSO?

Arquivo