Documentários

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

let`s get day drunk?




"O Sistema 

que programa o computador que alarma o banqueiro
que alerta o embaixador que janta com o general 
que ordena ao presidente que intima o ministro
que ameaça o diretor-geral que humilha o gerente
que grita com o chefe que pisa no empregado
que despreza o operário que maltrata a mulher
que bate no filho que chuta o cachorro."


Galeano, Eduardo. Dias e Noites de Amor e de Guerra



imagem: Swoon ; 
retirado do Vagalog. Blog especializado em Street Art para mais -> Clique Aqui

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Lágrimas nas páginas

Nesse jogo imundo tem quem observa a tela
tem quem possui a tinta e se aproveita dela
tem varios irmãos na sargeta, na sequela
tem nego fazendo rap pelas rua a capella.
Tenho os amigos perto e os inimigos mais ainda
posso ser o encarregado de agendar a sua proxima vinda
eu tô ouvindo o capeta e sua oferta irresistível
vendo idéias viajarem bem mais rápido que um míssel.
O grande assalto hoje em dia é do senhor engravatado
milhões de anos luz mais nocivo do que um exército armado
esbanjam o luxo pros chegados, os são pobres segregados
direitos sendo estuprados por pastores, deputados.
Vestindo a velha máscara de seres honrados
observando atentamente enquanto somos mutilados
é chegada a hora da rebelião de escravos
preparem a coroa funerária de rosas e cravos.

Texto: Storvo
Imagem: Logo ali..

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Boa Sorte




Quando o véu mítico é rasgado a trama é revelada, as relações de exploração e a violência que as mantêm são desnudadas, e a luta contra a alienação é definida com clareza, aí surge a ruptura, revelada repentinamente como uma luta corpo a corpo contra o rei nu, exposto em sua força bruta e debilidade. . . . momento sublime em que a complexidade do mundo se torna tangível, transparente, ao alcance de todos.  



—Raoul Vaneigem, «Banalités de base»





A ALEGRIA DA REVOLUÇÃO - KEN KNAB

Se esbaldando na lama

É como medo e delírio, trombeta ou lírio
afogados pelo ego, numa banheira anti-ética
de palavras sem métrica de origem sintética

Reações das ações das milhões de opções
nítidas manifestações das tentações e visões
e se a vida é uma aposta então te faço a proposta
sem regra imposta na frase composta

Eu te confio o meu voo, o calor do meu fogo
se errar é humano, faço tudo de novo
dizem que o certo é divíno, mundo decaído
tanto recurso da terra sendo tão mal dividído

É como se houvessem gnomos
cavando no meu peito
mesmo ao nível do mar
sinto o ar rarefeito
ainda consigo enxergar
nosso binômio perfeito
magia da alquimia
de qualidade e defeito

Muitas vezes, olhos abertos não veem
com a esperança no além
a espera do que não vem
chamo de conexão sentir sua respiração
pensamento em expansão,
amor em exponenciação

Texto: João Bertoni
Imagem: Michal Dziekan
http://haznos.org/2011/02/as-incriveis-ilustracoes-de-michal-dziekan

sábado, 19 de fevereiro de 2011

When i get bored, i grow hemp

 


"If the words "life, liberty and the pursuit of happiness" don't include the right to experiment with your own consciousness, then the Declaration of Independence isn't worth the hemp it was written on."  
-  Terence McKenna


"Why use up the forests which were centuries in the making and the mines which required ages to lay down, if we can get the equivalent of forest and mineral products in the annual growth of the hemp fields?"
-  Henry Ford 


The illegality of cannabis is outrageous, an impediment to full utilization of a drug which helps produce the serenity and insight, sensitivity and fellowship so desperately needed in this increasingly mad and dangerous world."
-  Carl Sagan


"La cucaracha, la cucaracha, Ya no quieres caminar, Porque no tienes,
Porque le falta, Marihuana que fumar."
- Pancho Villa


"Entao prefiro sim um fininho que me diz, do que a pedra no cachimbo e o pó no nariz"
- Sabotagem


sábado, 12 de fevereiro de 2011

eu to correndo do acido da chuva


Natureza de não ser igual from narahailer on Vimeo.

Empregos ou Na Cama de Pregos



Boa parte de nossas vidas, de nossas tardes, de nossas manhãs e noites são roubadas pelo trabalho. E na maioria dos casos trabalhamos em lugares que não gostamos, fazendo coisas que não gostamos e tudo isso simplesmente para comprar coisas que na realidade não precisamos.
Bob Black em "A Abolição do Trabalho" afirma que "estamos tão próximos do mundo do trabalho que não conseguimos ver o que ele faz conosco".
O trabalho nos empobrece, arruína nossos espíritos, nos enfraquece como indivíduos capazes de desenvolver as mais diversas habilidades e de enfrentar e experimentar as mais diversas situações.
Ao contrário do que a mídia, o Estado, os partidos e sindicatos, a esquerda e a direita, o clero e a escola afirmam, o trabalho não é sinônimo de atividade humana, trabalho é sinônimo de alienação humana. O trabalho é o roubo de nossa energia criativa para fins que não nos interessam e que geralmente são prejudiciais a nós mesmos e ao planeta. Vamos encarar a realidade, ninguém trabalha porque quer, somos induzidos ao trabalho porque o Estado e o capital trabalham juntos para garantir sua sobrevivência às custas da humanidade e da Terra, e para isso bombardeiam nossas mentes 24 horas por dia com a mentira de que existe somente esta forma de viver (trabalhar e pagar contas), de que não podemos viver de outra maneira. Fora disso é ilusão, loucura!
E quando acreditamos nessa mentira, acabamos com as nossas vidas trabalhando em lugares que não gostamos, fazendo coisas que na realidade não nos interessam.
Desvencilharmo-nos do universo do trabalho através da construção da autonomia é um projeto vital para retomarmos o controle e o significado de nossas vidas.



John Zerzan

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

tempus fugit



"Mentes! Novos amantes! Geração louca! 
Descendo as pedras do Tempo.


Risadas realmente sagradas no rio! Eles viram tudo!


Os olhos alucinados! Os berros sagrados! 
Eles deram adeus! Eles pularam do telhado! 

Para a solitude! Acenando! Carregando flores!
 Descendo o rio! Desaguando nas ruas!" 

 Alan Ginsberg

imagem: Witkin

Visão do Perfume


Enxergo através de aromas e sabores
a imensidão de cores
que só a escuridão pode trazer

Escuto através das visões e sensações
a infinitude de sons
que no silêncio tento esquecer

Segredos, como a cura
que só o veneno esconde
ou a proximidade
que te leva pra longe

Há quem cante calado,
sussurre gritando
flutue no chão
ou despenque do plano

As cicatrizes na pele não destilaram a dor
no passar dos segundos,
a inexistência do tempo
Na conversão entre os mundos
o esquecimento no vento

De que vale seu ouro
que paga mas mata seu sonho?
tanta sujeira na alma
que a água não lava no banho
Frutos da demência, da decadência em cadência
ameaçando assim, a existência da essência


Texto: João Bertoni
Imagem: Douglas Augusto http://chavemaloca.blogspot.com/

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Allright



A bunda, que engraçada. 
Está sempre sorrindo, nunca é trágica 
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar. 
A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente. 
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita. 
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda,
redunda.

Poema: Drummond

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Do I Look like to someone that cares what god thinks?

 "Whenever morality is based on theology, whenever right is made dependent on divine authority, the most immoral, unjust, infamous things can be justified and established" 

Feuerbach

"Afirmo que somos ambos ateus. Apenas acredito num deus a menos que você. Quando você entender por que rejeita todos os outros deuses, entenderá por que rejeito o seu."

Stephen Henry Roberts 

"Deus é um ser mágico que veio do nada, criou o universo e tortura eternamente aqueles que não acreditam nele, pois os ama."

Steve Knight


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Derreta a regra, guarde num pote e isole na lembrança


Conheço a arma que tira a vida dos imortais
sinto o poder das flores especiais
que com seus cristais abrem portais.

Conheço alguns vivos que mais parecem mortos
escuto até hoje as palavras de mortos que mais parecem vivos
seres ativos, bipolarizando energias
30 graus lá fora, pessoas frias, almas vazias.

Pouca escrita, muita escritura
alienação global, atual escravatura
Pouca escultura e o esquecimento da cultura
mentes fechadas, corpos abertos, com medo de altura.

Já vi um cego enxergar mais que um exército
já ouvi um mudo falando alto pelos olhos
senti o cheiro do incolor, a cor do indolor
o amargo do doce,
a vida da morte e a morte da vida.


Texto: João Bertoni
Imagem: Daniel Barcellos, Ervin Co.