Documentários

terça-feira, 30 de março de 2010

Menace T-shirts

Amanhã dia 31/03, a equipe Menace vai estar la na UFSC, alí perto da con[c]ha acústica, mostrando suas camisetas e tentando arrecadar uma graninha pra gelada do fim de tarde e para começar o projeto "Compre Sua Camiseta, Aceito Doces". As camisetas são feitas à mão e unicas, frutos de muita psicodelia revoltante e semi-verdades subliminares. 
Apareçam lá, seja de cara ou não e deixem o ar de sua graça, de preferencia no pote de dinheiro encima da mesa. 

Atenciosamente lesado. Tato


Oil=War



[...]Quando alguém espreita além de toda retórica da Casa Branca e do Pentágono a respeito do Talibã, emerge um claro padrão mostrando a construção do oleoduto trans- afegão como a principal prioridade do governo Bush desde o início. Embora a UNOCAL afirme que ela abandonou o projeto do oleoduto em dezembro de 1998, a série de encontros realizados entre agentes americanos, paquistaneses e o Talibã depois de 1998, indica que o projeto nunca saiu da mesa.
Muito ao contrário, os recentes encontros entre o embaixador americano para o Paquistão, Wendy Chamberlain e o ministro do petróleo do país, Usman Aminuddin, indicam que o projeto do oleoduto é o projeto internacional número 1 da adminstração Bush. Chamberlain, que mantém estreitos laços com o embaixador saudita para o Paquistão [por sua vez o principal conduto de dinheiro para o Talibã), tem empurrado o Paquistão para começar a trabalhar em seus termos de petróleo do mar da Arábia para o oleoduto.
Enquanto isto, o Presidente Bush diz às tropas americanas que elas farão uma longa parada no Afeganistão. Longe de estarem empenhados no processo de paz afegão - os europeus estão fazendo muito disto - nosssas tropas efetivamente guardarão o pessoal da construção do oleoduto, que logo que possível, inundará o país.
Os laços de Karzai com a UNOCAL e o governo Bush são a principal razão porque a CIA o empurrou para o líder rival afegão Abdul Haq, o ex líder assassinado mujaheddin de Jalalabad, e uma liderança da Aliança do Norte, visto por Langley [CIA] como sendo próximo demais dos russos e iranianos. Haq não tinha ligações aparentes com a indústria de petróleo americana e, como um Pushtun e um afegão do norte, incluindo a Aliança do Norte. Estas credenciais selaram seu destino.
Quando Haq entrou no Afeganistão via Paquistão em outubro passado, sua posição foi imediatamente conhecida pelas forças talibãs, que subsequentemente o localizaram em seu pequeno grupo, capturaram e executaram todos. O ex conselheiro de Segurança Nacional de Reagan, Robert McFarlane, que trabalhou com Haq, em vão tentou que a CIA ajudasse a resgatar Haq. A agência afirmou que enviou um “drone” remotamente pilotado e armado para atacar o Talibã mas suas ações foram muito pequenas e muito tardias. Alguns observadores no Paquistão afirmam que a CIA informou a ISI sobre a jornada de Haq e os paquistaneses informaram o Talibã. McFarlane, que tem uma firma de consultoria de petróleo em K Street, não comentou as questões posteriores relacionadas a morte de Haq.
Conquanto Haq não fisesse parte do Grande Plano de Petróleo de Bush para o sul da Ásia, Karzai era um participante chave no time do petróleo de Bush. Durante a década de 1990, Karzai trabalhou com um afegão americano, Zalmay Khalilzad, no projeto do CentGas. Khalilzad é assistente especial de segurança nacional do Presidente Bush e recentemente foi indicado enviado especial para o Afeganistão. Interessantemente, em uma divulgação à imprensa da Casa Branca indicando Khalilzad como enviado especial, não foi feito menção ao seu trabalho passado para a UNOCAL. Khalilzad tem trabalhado em assuntos afegãos sob a Conselheira de Segurança Nacional Condoleezza Rice, um ex membro da diretoria da Chevron, ela própria não sendo uma espectadora inocente no futuro acordo do CentGas. Rice deixou uma impressão em seus velhos colegas da Chevron. A companhia nomeou um de seus superpetroleiros como SS Condoleezza Rice.
Khalilzad, um Pashtun e filho de um ex agente do governo do Rei Mohammed Zahir Shah, era, além de ser um consultor para a Corporação RAND, uma ligação especial entre a UNOCAL e o governo Talibã. Khalilzad também trabalhou em várias análises de risco para o projeto. [...]
fonte:  http://conspireassim.wordpress.com/2008/04/27/afeganistao-taliba-e-o-time-do-petroleo-de-bush/     texto completo

domingo, 28 de março de 2010

we dont need water

A luz é a energia vital. A infinita chama da vida. Um turbilhão ondulante e mutante de cor pode engolfar tua visão. Esta é a transformação incessante da energia. O processo vital. Não o temas. Rende-te a ele. Junta-se a ele. Ele é parte de ti. Lembra-te também: Além da eletricidade fluida incansável da vida está a realidade final – O Vazio. Tua própria consciência, não sendo formada por nada que possua forma ou cor, é naturalmente vazia. A Realidade Final. A Toda Boa. A Toda Pacífica. A Luz. A Irradiação. O movimento é o fogo da vida do qual tudo vem. Junta-te a ele. Ele é parte de ti. Além da luz da vida está o silêncio pacífico do vazio. A tranqüila felicidade além de todas as transformações. O sorriso do Buda. O Vazio não é nulidade. O Vazio é o começo e o fim de si mesmo. Desobstruído, brilhando, estremecendo, cheio de felicidade. A consciência de Diamante. O Todo-Bom Buda. Tua própria consciência, não sendo formada por nada, Nenhum pensamento, nenhuma visão, nenhuma cor, é vazia. O intelecto brilhando e cheio de felicidade e silêncio – Este é o estado do perfeito esclarecimento. Tua própria consciência, brilhando, vazia e inseparável do grande corpo de irradiação, não tem nascimento, nem morte. É a luz imutável que os tibetanos chamam de Buddha Amitabbha, A consciência do início sem forma. Saber disto é o bastante. Reconhece o vazio de tua própria consciência para chegares à Budidade. Mantém este reconhecimento e manterás o estado da mente divina do Buda.


Texto: Timothy Leary - A Experiência Psicodélica
Imagem: Grecia 2009

sábado, 27 de março de 2010

Latifundio Mata

quinta-feira, 25 de março de 2010

A lei é como uma teia de aranha





















O poder corta e torna a cortar a erva daninha, mas não pode atacar a raiz sem atentar contra a sua própria vida. Condena-se o criminoso, não a máquina que o fabrica, como se condena o viciado e não o modo de vida que cria a necessidade de consolo químico ou sua ilusão de fuga. E assim se exime da responsabilidade de uma ordem social que lança cada vez mais gente às ruas e às prisões, e que gera cada vez mais desesperança e desespero. A lei é como uma teia de aranha, feita para aprisionar moscas e outros insetos pequeninos e não os bichos grandes, como conclui Daniel Drew. E já faz um século que José Hernández, o poeta, comparou a lei com uma faca, que jamais fere quem a maneja. Os discursos oficiais, no entanto, invocam a lei como se ela valesse para todos e não só para os infelizes que não podem evitá-la. Os delinqüentes pobres são os vilões do filme: os delinqüentes ricos escrevem o roteiro e dirigem os atores.


( furtado do LegalizeCannabis )


Texto: Eduardo Galeano
Imagem: Gastón viñas

terça-feira, 23 de março de 2010

Uma garota de lindas pernas



A primeira vez que a vi foi num bar na rua Alvarado. Lisa era o nome. Na época eu tinha 24 anos e ela aparentava uns 35. Ela estava lá sentada no centro do bar e os dois bancos ao seu redor estavam vazios. Achei um tanto estranho não haver nenhum cara lhe penteando, tentando conseguir uma boa trepada.

Comparada com a maioria das mulheres que frequentavam  aquele antro, ela realmente bonita. Seu rosto era meio arredondado e seu cabelo aparentemente nada tinha de excepcional, mas havia uma espécie de quietude e paz no modo como se sentava. Algo confortante que só as pessoas em paz conseguem passar. Sentia também um pouco de tristeza e timidez no seu jeito de olhar.

Levantei de meu banco para ir ao banheiro e tanto na ida como na volta passei ao seu lado; dei uma boa olhada nela. Era pequena, miúda, um pouco atarracada, mas com ancas perfeitas, bem formadas. No entanto a parte mais exuberante de seu corpo eram as pernas: tornozelos roliços, barrigas de pernas perfeitas, joelhos que imploravam para serem tocados, quase gritando, e coxas maravilhosamente torneadas.

Era como se aquela parte de seu corpo não tivesse sentido o peso do tempo, enquanto o resto dele se definhara.

Seu queixo era redondo como uma rosca e seu rosto bastante fofo. Parecia estar bêbada.
Ela usava sapatos de salto alto, pretos e brilhantes; em seu braço esquerdo havia três pulseiras de ouro falsificado e vagabundo e um pouco acima do pulso uma escura pele de toupeira, ou outra porra qualquer morta. Fumava um cigarro comprido e seu olhar estava fixo no copo de bebida. Parecia estar tomando whisly junto com uma garrafa de cerveja pra suavizar o baque.

Voltei par ao meu banco, acabei com meu whisly e pedi outro ao barman. Quando ele trouxe a bebida eu perguntei-lhe sobre as lindas pernas.

— Oh! — Exclamou ele — é a Lisa.
— Ela é bem bonita, —  comentei —  por que nenhum dos homens se senta ao seu lado?
— Isso é simples, — ele respondeu. — Ela é louca.

Depois disso retirou-se. Peguei o meu copo e fui até Lisa. Sentei-me no banco à sua esquerda, acendi um cigarro e tomei um gole da minha bebida. Eu já estava parcialmente bêbado. Peguei meu whisly e virei-o de uma só vez. Chamei o barman de novo:

— Repita a dose pra nós dois, e traga também duas cervejas.
Ao ouvir isso, Lisa acabou com sua bebida.
Quando as novas chegaram, cada um de nós tomou um gole d seu. Em seguida ficamos ambos olhando para o infinito.

Acho que alguns segundos se passaram até que ela disse:
— Não gosto das pessoas, e você?
— Também não.
Ela secou sua bebida e tomou um gole de cerveja. Fiz o mesmo.
— Sou louca — disse ela.
— Você é louco? Perguntou.
Sim.
Chamei o barman
— Eu pagarei a próxima — ela disse.

Encomendou as bebidas como se aquele ato fosse a coisa mais cotidiana em sua vida, como se fosse tudo que ela havia feito nos últimos dez anos ou quinze anos. Quando elas chegaram eu disse:
— Obrigado Lisa.
— É um prazer... Qual o seu nome?
— Hank.
— É um prazer, Hank.
— Tomou um gole e olhou pra mim de um jeito estranho.
— Você é louco o bastante pra quebrar o espelho de um bar?
— Acho que já fiz isso.
— Onde foi?
— O Orchoid room.
— O Orchoid room é um lugar estúpido e bobo.
— Não o freqüento mais.

Em seguida, Lisa, num só gole, bebeu quase toda a garrafa e suspirou.
— Cara, eu vou quebrar o espelho deste bar.
— Vá em frente — eu sugeri.

Acabou com a bebida levantou-se e pegou a garrafa de cerveja vazia. Levantou-se e colocou-a atrás da cabeça.
Num impulso repentino eu saltei tentando segurar seu braço, mas foi tarde demais.

A garrafa de cerveja, em trajetória de arco, voou até o espelho enquanto minha mente disse rapidamente:
— Não, não, merda!
Houve um aguçado estrondo de coisas se partindo, e estilhaços de vidros voaram como gigantes pingentes de gelo. Por alguma razão estranha as luzes se apagaram.

Foi assustador, mágico e lindo.
Acabei com meu whisky.

No escuro vi algo branco se aproximar. Era o barman que se reduzira a camisa e avental. Estava se mexendo rapidamente.
— Sua puta louca! — ele gritou.
— Vou te matar!

Posicionei Lisa atrás de mim. Tateei no escuro e achei a minha garrafa de cerveja. Quando o barman se aproximou dei sorte de acertá-lo na têmpora esquerda. No entanto, o desgraçado não caiu, ficou ali de pé no escuro com aquela roupa branca. Parecendo um desses porteiros de hotel chic esperando um táxi.

Passei a garrafa para minha mão esquerda e acho que pude sentir fraturar sua têmpora direita. Caiu em direção ao balcão, mas se segurou com ambas as mãos em um dos cantos.
Ficou assim por alguns instantes para em seguida tombar em direção À rua Alvarado.
Quando alcançou o chão as luzes se acenderam. Um sincronismo estranho, realmente.
Por um segundo parecia que todos no bar estavam congelados: os bebuns, eu, Lisa e o barman.

Em seguida eu berrei:
— “Vambora!”.
Agarrei Lisa pelo braço e a arrastei em direção à saída. No instante seguinte estávamos num beco. Eu a puxava.
— Venha, venha rápido!
— Não consigo correr com estes horríveis saltos.
— Então tira essa porra — eu disse.

Ela parou, arrancou-os dos pés, passou-me um, ficou com o outro, e corremos atravessando o beco. Quando chegamos ao outro lado, olhei para trás. Não estávamos sendo perseguidos.
— Tudo certo. Coloque os sapatos.
Assim fez. Enfiou o primeiro, apoiou-se no meu ombro e enfiou o segundo. Ficou em pé balançando aquele rabo divino.
— Pronto, vamos!
— Pra onde? Ela perguntou.
— Pra minha casa.
— Estávamos no final do beco, perto de uam esquina. Vi um ônibus, ergui meu braço e fiz sinal: puxei Lisa. O motorista já havia fechado a porta, mas parecia ser um cara legal, e a reabriu. Entrei empurrando Lisa e paguei as passagens. Tentei fazer com que se sentasse mas não consegui, ela ficou de pé segurando no encosto do banco.
Olhou-me bruscamente. Através de seus olhos verdes percebi uma enorme irritação. Ela disse:
— Merda! Quero um táxi. Sou uma dama. Não ando nesta bosta de transporte.
Lisa parecia uma linda gazela bêbada e sua maravilhosa bunda balançava com o sacolejar do ônibus.
— Eu quero um táxi. Sou uma senhora. Que fudição é essa?
— Bem, são só quatro quadras.
— Merda! — ela berrava — merda!

O próximo ponto era o nosso. Dei o sinal de parada. Na verdade apenas puxei aquela porra de fio. O ônibus parou. Peguei a mão de Lisa, passei meu braço pela sua cintura e ajudei-a a descer. Através da porta aidna abert ao motorista me olhou e disse:
—  Boa sorte cara. Vai precisar dela.
— Vá se foder, você está com inveja! — respondi.

Ele riu, fechou a porta e sumiu com o ônibus na escuridão da noite. Eu gostei dele, parecia ser um cara comum, apenas estava dirigindo aquela merda de lata velha tentando mudar a sorte. Simplesmente não dava, e algum dia iria desistir de tudo, assim como eu também.
Lisa aparentava estar cada vez mais bêbada, e eu também não estava nada bem. Eu lhe ajudava a andar com um dos meus braços em volta de sua cintura, e o outro segurando seu braço direito ao redor de meu pescoço. Suas lindas pernas estavam desistindo e se entregando.
— Você não tem uma porra de carro?
— Não.
— Você é um cuzão.
— Sim.
Aos poucos chegávamos perto de meu apartamento.
— Tem alguma coisa para beber lá em cima? Se não tiver eu não vou entrar nesse lugar.
— Muitas garrafas de vinho... as melhores.
— Estou doente — disse ela, e se inclinou para a esquerda.

Eu estava tão bêbado que não consegui segurá-la. Caímos. A sorte foi que havia uma cerca do nosso lado, despencamos em cima dela. Caí na folhagem, rolei para trás e acabei deitado de costas na calçada. Levantei e olhei para baixo. Lá estava Lisa, deitada ao luar; metade de seu corpo na cerca e a outra metade na calçada. Sua saia estava levantada expondo as pernas mais lindas do planeta. As pernas brilhavam pra mim. Fiquei pasmo como que se não acreditando no que via. Quase gozei. No entanto, logo voltei À realidade.
— Lisa! — eu disse —Lisa, por favor levanta,  acorda!
— Annh?
— A polícia vem vindo.

Consegui levantá-la e chegar à porta da frente do prédio. Fomos diretamente para o elevador já estava lá. Entramos. Enquanto a segurava, apertei o botão do meu andar. O troço fez um barulho e começou a subir.
— Sinto falta de meu filho. Quero meu bebê.
— É lógico que quer, — retruquei.

Tirei-a de lá e quando abri a porta do apartamento ambos caímos de novo.
Lisa se levantou, deu uma sacudida, arrumou sua saia, apanhou a bolsa e atravessou a sala para sentar numa cadeira.

Começou a fuçar ali dentro, digo, da bolsa, à procura de seus cigarros. De lá de fora, o neon mais vermelho de Los Angeles penetrava pela janela.
Abri uma garrafa de vinho para ela e a servi; ao som discreto e sedutor do esfregar de nylon, ela cruzou as pernas.

Na poltrona à sua frente, eu tinha outra garrafa. Já havia enchido meu copo. Esvaziei-o e tornei a enchê-lo.

Lisa olhou pra mim. Seus olhos foram ficando cada vez maiores. Parecia estar ficando doida, maluca. Então disse:
—  Você pensa que é grande merda? Você pensa que é o Sr. Van Bilderass?
Eu já estava de roupa íntima, cueca manchada e rasgada como sempre. Levantei. Dei um pulo e bati nas minhas coxas.
— Ei, você pensa que tem boas pernas? Olhe para estas.
Voltei para a poltrona e bebi mais meio copo. Ela simplesmente continuou olhando para mim daquela maneira. Seus olhos iam ficando maiores e maiores. Imensos.
— Você pensa que é o Sr. Van Bilderass?
— Claro!
Ela se inclinou para pegar a garrafa de vinho, que já havia tampado e, enquanto me olhava com seus imensos olhos selvagens, elevou a garrafa até a cabeça. Aquela louca se preparava para atirar a porra da garrafa em mim. Berrei:
— Espere aí!
Ela ficou imóvel com o braço erguido. Tentei pensar rápido. Eu disse:
— Se você quiser atirar essa filha-da-puta, você pode, mas se você fizer isso é bom que me desmaie, caso contrário eu vou devolvê-la arrancando sua cabeça.
Colocou a garrafa no chão com aquele olhar louco. Suspirei aliviado. Fui até lá, destampei a garrafa, e enchi meu copo; depois fiz o mesmo com o seu. Voltei para a minha poltrona e me sentei. Sentia-me estranhamente bem.
— Agora quero que levante sua saia um pouco mais, sua puta.
Fiquei surpreso quando ela o fez. A saia estava agora duas polegadas acima de seu joelho.
—  Agora me dá mais uma polegada. Nada mais do que isso.
Ela o fez.
Levantei-me e fiquei à sua frente. Cada curva e reentrância de seu corpo era estupendo. Eu morria de tesão. Seus sapatos reluziam.
— Torça seu tornozelo. Erga a perna um pouco, meu bem.
Lisa obedeceu.
— Agora pare aí!  — ela parou.
— Agora quero mais uma polegada, vamos!
Lisa levantou a sai mais um pouco.
— AAH!, assim, assim está bem!
Virei um bicho sedento, ajoelhei-me e acariciei suas pernas, enfiei a mão por entre as coxas e desci até os joelho. Ela me olhou maliciosamente:
  Você é um estúpido fudido. Um maluco.
Peguei seu pé e beijei seu sapato de salto alto. Em seguida fui subindo até o tornozelo.
— Você não é um assassino, é? — ela perguntou.
— Uma de minhas amigas foi amarrada por um cara aos pés de sua cama e o viado a esfaqueou. O cara ia retalhar ela todinha, mas ela gritou tão alto que os “ratos” ouviram e a salvaram. Você não é...
— Cala a boca!
Levantei e coloquei o pau para fora. Cuspi na palma da mão e comecei a massageá-lo.
— Você é uma puta fudida! —
 Eu disse.
Continuei a me esfregar com naturalidade. Não tinha nada a perder.
— Outra polegada, mostre-me outra polegada!
Continuei esfregando.
— Mais, mostre-me mais, mais!
Era o segredo e o truque e a penetração. A amplitude dos sentidos.
— Ahhh, meu Deus, consegui!
A substância branca e pastosa jorrou; era o alívio de anos de frustração e solidão. À medida que eu expelia aquela gosma branca sobre suas pernas de nylon, parecia sentir em cada gota a angústia dos excluídos, dos esquecidos e do triste ser que eu era.
Ela berrou e deu um pulo.
— Seu porco! Seu porco fudido, idiota!
Lisa correu até o banheiro. Peguei a ponta de minha camisa e me limpei com ela. Voltei para a poltrona, enchi um copo e acendi um cigarro. As coisa pareciam ter algum sentido agora.





Lisa voltou do banheiro, sentou-se e se serviu de um copo. Acendeu um cigarro, e deu um trago profundo nele. Soltou a fumaça devagar. Sua voz sobressaiu-se por detrás da nuvem branca.
—  Seu pobre miserável fudido!
— Eu te amo, sua puta! — Eu disse.
Ela virou o rosto para  a parede.
Mal eu sabia que era o começo dos dois anos mais miseráveis e fortalecedores de minha vida.
— Esta é a única bebida que tem aí para oferecer? Este vinho fudido e barato?
— Não é tão ruim assim, Lisa. O que eu faço quando bebo é pensar em algo bem agradável como cachoeiras, ou uma conta bancária de quinhentos dólares. Ou as vezes eu imagino que estou num castelo com um fosso em volta. Ou ainda, finjo ser o dono de uma casa de bebidas finas.
— Você é louco, cara! — Ela disse.
E estava absolutamente certa.

Texto: Charles Bukowski ( Traduzido por Mario Campos )
Fotos: Liz Parizotto


sábado, 20 de março de 2010

mercado x justiça social

Do leite produzido no mundo, 72% alimenta um quarto da humanidade situada no hemisfério norte. O mesmo acontence com a carne, 64% da qual é consumida no norte rico contra 36% no sul subdesenvolvido. Cerca de 90% dos automóveis ciruculam no hemisfério norte, sendo apenas 10% da frota mundial de carros para três quartos da humanidade situada ao sul do mundo. Do papel fabricado no mundo, 81% é consumido pelos habitantes do norte [...]
A humanidade parece caminhar ao mesmo tempo para frente e para trás, quando seu progresso vai em direção
oposta à justiça social, à distribuição equitativa de seus bens e serviços, ao usufruto comum de suas invenções.
Cada vez mais aumenta a distância para se chegar a uma sociadade moralmente justa e politicamente integrada.
[...] Quem acredita que as desigualdades são um fatalismo, que é preciso aceitá-las, desde que o mundo é
mundo sempre foi assim, não há nada a fazer - sempre esteve e estará na direita.
Assim como a esquerda nunca deixará de ser identificada nos que dizem que homens são iguais, que é preciso
levantar os que estão no chão, lá embaixo.

Emir Sader - O Anjo Torto, esquerda ( e direita ) no Brasil
Imagem: Aline Meneguzzi

quinta-feira, 18 de março de 2010

GRASS

Só tem video nessa merda,

ta aí grass ótimo documentário sobre a maconha dividido em 8 partes a parte 1 ta na mão, não é tão bom quanto o the union já postado nessa
bodega, mas vale também.
Falando em coisas ilegais ta rolando no congresso a votação do projeto popular FICHA LIMPA (assinado por 1,5 milhões de pesoas),
manda um email, carta, jogue uma pedra na janela do seu deputado mostrando sua opinião
a lei proibi pessoas com problemas na justiça de se elegerem, com uma pressão da sociedade nas próximas eleições em outubro não teremos ladrões, assassino, etc. Candidatando-se.

terça-feira, 16 de março de 2010

Ilha Das Flores - 1989







Direção e Roteiro : Jorge Furtado

terça-feira, 9 de março de 2010

Senador Jefferson Peres e a 'nova' política de drogas


O video abaixo mostra o já falecido senador Jefferson Peres e a sua visão "alienígena" sobre a política anti drogas, que visa a repressão das mesmas e o combate à legalização.


Só postaremos a 3ª parte do video (que é a parte em que o senador tem o direito de falar), mas seria interessante ver a 1ª e principalmente a 2ª parte , para ter uma noção do absurdo, e maior entendimento sobre todo o assunto tratado.
Paz!


segunda-feira, 8 de março de 2010

Blind Pigs - Idióta


Um sonho niilista
Antes fosse um pesadelo
O alarme ensurdece
É hora de acordar

E você é o idiota que não vê
Seu país indo para o inferno

Testando sua neutralidade
Substimando sua capacidade
Uma bomba de apatia explode
Nas ruas da cidade

Você só vê oque você quer ver


"A religião pode ser comparada a alguém que pega um cego pela mão e o guia, pois este é incapaz de enxergar por si próprio, tendo como preocupação chegar ao seu destino, não olhar tudo pelo caminho."

Texto: Arthur Schopenhauer
Imagem: Arthur Ferreira dos Santos

sexta-feira, 5 de março de 2010

























"É seu dever manter a ordem
É seu dever de cidadão
Mas o que é criar desordem
Quem é que diz o que é ou não?
São sempre os mesmos governantes
Os mesmos que lucraram antes
Os sindicatos fazem greve
Porque ninguém é consultado
Pois tudo tem que virar óleo
Pra por na máquina do estado"



Texto: Titãns (na musica "Desordem)
Imagem: Gastón Viñas")




Globo e uma breve história..

Além do Cidadão Kane é um documentário produzido pela BBC de Londres - proibido no Brasil desde a estréia, em 1993, por decisão judicial - que trata das relações sombrias entre a Rede Globo de Televisão, na pessoa de Roberto Marinho, com o cenário político brasileiro. - Os cortes e manipulações efetuados na edição do último debate entre Luiz Inácio da Silva e Fernando Collor de Mello, que influenciaram a eleição de 1989. - Apoio a ditadura militar e censura a artistas, como Chico Buarque que por anos foi proibido de ter seu nome divulgado na emissora. - Criação de mitos culturalmente questionáveis, veiculação de notícias frívolas e alienação humana. - Depoimentos de Leonel Brizola, Chico Buarque, Washington Olivetto, entre outros jornalistas, historiadores e estudiosos da sociedade brasileira. "Todo brasileiro deveria ver Além do Cidadão Kane"    ALTAMENTE RECOMENDADO A TODOS QUE JÁ ASSITIRAM A REDE GLOBO.

Sistema De Um Down



Por críticas que possam ser as situações e as circunstâncias em que te encontres,
não desesperes; é nas ocasiões em que tudo é temível que nada há que temer; 
é quando se está rodeado de todos os perigos que não que temer nenhum;
é quando se está sem nenhum recurso, que há que contar com todos; 
é quando se está surpreendido, que é preciso supreender o inimigo...

Sun-Tzu, A Arte da Guerra