sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Os numerinhos e as pessoas
Onde se recebe a Renda per Capita? Tem muito morto de fome querendo
saber. Em nossas terras, os numerinhos têm melhor sorte que as pessoas. Quantos
vão bem quando a economia vai bem? Quantos se desenvolvem com o desenvolvimento?
Em Cuba, a Revolução triunfou no ano mais próspero de toda a história
econômica da ilha.
Na América Central, as estatísticas sorriam e riam quanto mais fodidas e
desesperadas estavam as pessoas. Nas décadas de 50, de 60, de 70, anos
atormentados, tempos turbulentos, a América Central exibia os índices de
crescimento econômico mais altos do mundo e o maior desenvolvimento regional da
história humana.
Na Colômbia, os rios de sangue cruzam os rios de ouro. Esplendores da
economia, anos de dinheiro fácil: em plena euforia, o país produz cocaína, café e
crimes em quantidades enlouquecidas.
Texto: Eduardo Galeano (em O Livro dos Abraços)
Arte: Fanho (048Crew)
Só uma baga..
Olhar em chamas,
observando atentamente enquanto tu inflamas
já não sei mais como te chamas,
se és algumas ou nem tantas
se ouço o pranto das plantas
ou se planto o espanto e sangras
o dia desperta, a mente aberta, alerta
vejo nítidos resíduos que o sistema excreta
só mais um holocausto, um genocídio básico
feito pelo governo, um assassino sádico
com dom de mágico,
esconde sempre o fim que é trágico
padronizando um povo estático
reumático, prático
gerando um mundo dogmático
observando atentamente enquanto tu inflamas
já não sei mais como te chamas,
se és algumas ou nem tantas
se ouço o pranto das plantas
ou se planto o espanto e sangras
o dia desperta, a mente aberta, alerta
vejo nítidos resíduos que o sistema excreta
só mais um holocausto, um genocídio básico
feito pelo governo, um assassino sádico
com dom de mágico,
esconde sempre o fim que é trágico
padronizando um povo estático
reumático, prático
gerando um mundo dogmático
Texto: Storvino
Foto: Leprex al(ric piromaniaco)
Foto: Leprex al(ric piromaniaco)
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Vulgaridades ácidas
Sou apenas a criação doentia de meus pensamentos. Já viajei para lugares tão distantes, sem ao menos sair do lugar, como um bom e velho rastaman minha especialidade refere-se a letargia.
O que eu quero mesmo é enlouquecer, sem limites, ao ponto de não distinguir realidade e sonhos. Todos são loucos, mas há quem tenha orgulho de possuir tão louvável talento, porque quem detém a loucura não tem nada a perder, sendo assim, os limites são encurtado, a vergonha da sobriedade deixa de existir, e os mais altos deuses que reinam em nossas mentes podem se manifestar dizendo vulgaridades tão ácidas que o até mais corajoso ouvinte torna-se melindroso. É apenas nos momentos de êxtase que a vida mostra-se tão bela, quando a realidade desmorona é que alma se eleva.
Não quero ser oprimido, nem julgado, esse mundo cheio de opiniões realmente acaba me irritando, mas quem se importa, no fundo todos são inseguros mesmo.
Faço parte da mesma juventude que incendiou as ruas de Paris em 68, grito e clamo por liberdade assim como a geração beat que hoje já é tão envelhecida, eu sou quem a minha imaginação permitir ser!
O que eu quero mesmo é enlouquecer, sem limites, ao ponto de não distinguir realidade e sonhos. Todos são loucos, mas há quem tenha orgulho de possuir tão louvável talento, porque quem detém a loucura não tem nada a perder, sendo assim, os limites são encurtado, a vergonha da sobriedade deixa de existir, e os mais altos deuses que reinam em nossas mentes podem se manifestar dizendo vulgaridades tão ácidas que o até mais corajoso ouvinte torna-se melindroso. É apenas nos momentos de êxtase que a vida mostra-se tão bela, quando a realidade desmorona é que alma se eleva.
Não quero ser oprimido, nem julgado, esse mundo cheio de opiniões realmente acaba me irritando, mas quem se importa, no fundo todos são inseguros mesmo.
Faço parte da mesma juventude que incendiou as ruas de Paris em 68, grito e clamo por liberdade assim como a geração beat que hoje já é tão envelhecida, eu sou quem a minha imaginação permitir ser!
texto: Anonimo
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Insanidades a parte...
A loucura, longe de ser uma anomalia, é a condição normal humana. Não ter consciência dela, e ela não ser grande, é ser homem normal. Não ter consciência dela e ela ser grande, é ser louco. Ter consciência dela e ela ser pequena é ser desiludido. Ter consciência dela e ela ser grande é ser gênio
Arte: Tato e Miyuki
Texto: Alvaro Pessoa
sábado, 22 de janeiro de 2011
Chaplin Porra!
O sofrimento que está entre nós agora é só a passagem da ganância, o amargor do homem que teme o progresso humano.
- Charles Chaplin-
sábado, 15 de janeiro de 2011
O Gênio Das Multidões
o que existe de falsidade, ódio, violência e absurdo na
pessoa mediana é suficiente para abastecer qualquer
exército em qualquer dia
e os melhores no assassinato são aqueles que pregam contra
ele
e os melhores no ódio são aqueles que pregam o amor
e os melhores na guerra por fim são aqueles que pregam a paz
aqueles que pregam deus, precisam de deus
aqueles que pregam a paz não têm paz
aqueles que pregam o amor não têm amor
cuidado com os pregadores
cuidado com os sabe-tudo
cuidado com aqueles que estão sempre lendo livros
cuidado com aqueles que amam ou detestam a pobreza
ou têm orgulho dela
cuidado com aqueles que elogiam facilmente
porque precisam de elogios em troca
cuidado com aqueles que censuram facilmente
porque têm medo do que não conhecem
cuidado com aqueles que sempre procuram multidões
porque sozinhos não são nada
cuidado com o homem mediano, com a mulher mediana
cuidado com seu amor, seu amor é mediano
busca o mediano
mas existe gênio em seu ódio
há gênio suficiente em seu ódio para te matar
para matar qualquer um
não desejando a solidão
não entendendo a solidão
eles vão tentar destruir qualquer coisa
que seja diferente das que conhece.
não sendo capazes de criar arte
eles não entenderão arte
eles irão considerar seu fracasso como criadores
apenas como uma falha do mundo
não sendo capazes de amar completamente
eles acharão que o seu amor é incompleto
e então eles lhe odiarão
e seu ódio será perfeito
como o brilho de um diamante
como uma faca
como uma montanha
como um tigre
como cicuta
sua mais perfeita arte.
Poema: Bukowski
Foto: Tatolino
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
A morte
A morte vem de longe
Do fundo dos céus
Vem para os meus olhos
Virá para os teus
Desce das estrelas
Do fundo dos céus
Vem para os meus olhos
Virá para os teus
Desce das estrelas
Das brancas estrelas
As loucas estrelas
Trânsfugas de Deus
Chega impressentida
Nunca inesperada
Ela que é na vida
A grande esperada!
A desesperada
Do amor fraticida
Dos homens, ai! dos homens
Que matam a morte
Por medo da vida
As loucas estrelas
Trânsfugas de Deus
Chega impressentida
Nunca inesperada
Ela que é na vida
A grande esperada!
A desesperada
Do amor fraticida
Dos homens, ai! dos homens
Que matam a morte
Por medo da vida
Sir. Vinicius de Moraes (Nova antologia poética)
Imagem: http://pedrosoart.blogspot.com/
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Tax na querência de aderência
Composição em decomposição, essa é a situação
quem tá no topo tá sorrindo num quer mudar de posição
revolução é uma evolução, levanta a mão
quem tá disposto a morrer pela emancipação dessa população
vim contestar as regras, iluminar almas cegas
desmentir o que tu pregas, te conduzir às trevas
ninguém vence sozinho então nós temos que lutar
se juntar pra apavorar, vamos provar, pode testar
eu vejo em vocês a palidez específica dos mortos
denegrindo, digerindo cadáveres como os porcos
famosa ância da ganância que tem força atômica
é a relutância que te alcança e te deixa atônita
a escuridão do seu espírito faz o corpo ter espasmos
inexplicáveis, desejáveis e complexos orgasmos
idéias são infinitas como a fé dos desesperados
a nossa fome e a nossa morte os resultados esperados
são invisíveis e acessíveis cativeiros financeiros
na era dos genocídios os governantes são os coveiros
dos portões do inferno esses pilantras são os porteiros
palavras podem ser fatáis como alguns tiros de morteiros
então não finja delicadeza, sua dúvida aumenta a minha certeza
então não finja ternura, o tempo passa e desintegra a minha fissura
Texto: O estorvo
Imagem: ?
quem tá no topo tá sorrindo num quer mudar de posição
revolução é uma evolução, levanta a mão
quem tá disposto a morrer pela emancipação dessa população
vim contestar as regras, iluminar almas cegas
desmentir o que tu pregas, te conduzir às trevas
ninguém vence sozinho então nós temos que lutar
se juntar pra apavorar, vamos provar, pode testar
eu vejo em vocês a palidez específica dos mortos
denegrindo, digerindo cadáveres como os porcos
famosa ância da ganância que tem força atômica
é a relutância que te alcança e te deixa atônita
a escuridão do seu espírito faz o corpo ter espasmos
inexplicáveis, desejáveis e complexos orgasmos
idéias são infinitas como a fé dos desesperados
a nossa fome e a nossa morte os resultados esperados
são invisíveis e acessíveis cativeiros financeiros
na era dos genocídios os governantes são os coveiros
dos portões do inferno esses pilantras são os porteiros
palavras podem ser fatáis como alguns tiros de morteiros
então não finja delicadeza, sua dúvida aumenta a minha certeza
então não finja ternura, o tempo passa e desintegra a minha fissura
Texto: O estorvo
Imagem: ?
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
distraidos venceremos...
Faça os gestos certos,
o destino vai ser teu aliado,
ouço uma voz dizendo
do fundo do passado.
Hoje não faço nada direito,
que é preciso muito peito
pra fazer tudo de qualquer jeito.
Ai do acaso,
se não ficar do meu lado.
Prazer/ da pura percepção/ os sentidos/ sejam a crítica/ da razão
Leminski
mais poemas aqui> Leminski
foto: Guilha
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
sick society
Tudo o que era sólido se desmancha no ar...
pintura: Dali
O capital é trabalho morto, um vampiro que só sobrevive sugando trabalho vivo.
Marx.
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Augusto do Anjos
Quadro: Magritte
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