Iluminando um abismo

Reciclo um ciclo que confisco como o risco do cisco riscando o olho

sal sai do mar, doce da gota, camarão da planta, junto isso num molho

sentindo ser não mais do que algo a mais a somar

suprindo o ter, trocando um querer por um provar

saboto o foco que desfoca sempre o culpado histórico
planejo não planejar nem sequer um momento eufórico

seguindo a linha tragetória completamente não reta

escrevendo entre esquivas esquecidas enquanto o espanto se excreta

de forma descreta o fascínio te aperta, te prende e te leva pra perto da terra

alguns a mais de 7 palmos, outros perdidos descalços citando alguns salmos

sem saber separar simpatia e sintonia, sem sebedoria
purificando o pensar prensando, passando pro plano profano

persisto como um cisto descrito por cristo

inscrito num disco que nunca foi visto

alguns se vestem por frio, outros por medo do esquecimento
outros se despem num rio tendo na alma o seu aquecimento

que despenquem, assentem-se as estações
se é a temperatura interna molda transições

enquanto suas visões vislumbram cifrões

fortaleço minha fé em novas sensações.

Texto: Juan Sebastian Bertoni
Arte: Dedogs chavemaloca.blogspot.com